segunda-feira, 27 de junho de 2011

Slackline: harmonização entre corpo e mente



O esporte que busca inovação no equilíbrio também é ótimo para o corpo

Uma fita esticada entre dois pontos com pessoas se equilibrando nela e fazendo manobras. A princípio, podemos pensar que sejam alguns atores circenses treinando para mais uma apresentação no grande picadeiro. Engano nosso. O cenário muda quando essa fita é esticada entre duas montanhas e não há nenhuma cama elástica, caso você caia. A única proteção é um cinto com uma corda presa na fita que está esticada. Isso tudo pode até parecer loucura, mas não é. Esse é o slackline, um esporte que agora vem fazendo a cabeça de alguns brasileiros que gostam de se aventurar radicalmente.
 É muito comum hoje ver pessoas praticando esse esporte em praias do Rio de Janeiro (RJ), parques e locais com um visual bem diferente e bacana. Para praticar essa nova modalidade esportiva você só precisa de força de vontade para tentar andar sobre a fita, procurando, cada vez mais, conseguir o equilíbrio do seu corpo. De acordo com Pedro Andrade, esportista da SlackRio, empresa pioneira em divulgar e disponibilizar o esporte, a única recomendação é que a fita seja montada a uma altura baixa enquanto você estiver aprendendo – mas, com o tempo e a evolução do atleta, essa medida pode ser aumentada.
A modalidade não tem nenhuma contraindicação. Pelo contrário: Frederico Menezes, que também é slackliner, conta que ela é “praticada por pessoas com deficiência visual e portadores de síndrome de down. A ideia é que essas pessoas percam o medo e ganhem mais confiança, além de desenvolver a musculatura e ganhar força física”. E lembra que, para as crianças, é sempre recomendado o acompanhamento de um adulto.
O esporte trabalha muito a coordenação motora das pessoas, além da harmonização entre corpo e mente. É um ótimo exercício físico, ajudando a desenvolver a paciência e capacidade de superar dificuldades. Por isso, fazer o slackline requer um alto nível de disciplina e concentração: “o que a pessoa aprende na fita leva para o resto da vida, sempre em busca do equilíbrio”, diz Pedro Andrade.
Existem, ainda, algumas variações, dependendo de como é praticado: o waterline só se realiza sobre a água; o highline é feito em grandes alturas, como em pontes e montanhas; o trickline, que é a prática de acrobacias sobre a fita, costuma ser afixada bem próxima ao chão e bastante tensionada; e o longline, que é praticado, normalmente, acima de 40 metros.
O esporte surgiu na Califórnia dos anos 80, quando os escaladores perceberam que, ao andarem em cima de correntes e corrimões, fortaleciam as pernas e o corpo, o que dava um equilíbrio maior e ajudava nas escaladas. Começaram, então, esticando as fitas entre árvores para andar por cima. Depois disso, virou uma modalidade esportiva e só chegou ao Brasil em 1995, trazido por alguns escaladores estrangeiros. Mas foi entre 2003 e 2004, quando um praticante esticou a sua fita na Pedra da Gávea (RJ), que começou a ganhar, de fato, mais adeptos na modalidade.

Aprenda a montar o seu 
Existem duas maneiras para montar o equipamento. O primeiro método é mais conhecido como “primitivo”, e é feito, basicamente, com os equipamentos de escalada. Já o novo método de montar é mais prático:

Método primitivo
- 2 braçadeiras (fitas que serão amarradas ao redor da árvore ou base)
- 2 aros de rappel (um será usado para travar a fita na árvore e o outro para travar ela na hora de tensionar)
- 1 fita de slackline (pode ser tubular ou plana)
- 3 mosquetões (com eles você irá usar um sistema de tensão para esticar a sua fita)
- 2 protetores de árvores (é bom que você sempre envolva a árvore ou coqueiro, para não machucar a casca)

Método novo
- 1 fita de slackline (pode ser tubular ou plana)
- 1 fita com uma catraca (que vai ser usada para tensionar ou esticar a fita)


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